
14 out Outubro Rosa: combate aos cânceres ginecológicos
14/10/2019
A conscientização em relação à prevenção do câncer é um desafio enfrentado por diversos países. Considerando que os cânceres de mama e de colo do útero são alguns dos que mais acometem as mulheres, um movimento que surgiu nos Estados Unidos, em 1997, levou à criação do Outubro Rosa para incentivar o compartilhamento de informações e a prevenção dessas doenças.
Mas afinal, o que é câncer?
Todas as células do nosso corpo têm uma função. Em condições normais, elas se dividem de forma ordenada até sua morte, que acontece quando se desgastam, são danificadas ou naturalmente envelhecem.
O câncer, também chamado de neoplasia, é constituído por tumores malignos que surgem quando células do nosso corpo sofrem alguma mutação genética e começam a se dividir de forma descontrolada, gerando continuamente outras células defeituosas que têm a capacidade de invadir outros tecidos e órgãos (metástase).
Já os tumores benignos costumam ter um crescimento mais lento quando comparados aos tumores malignos, podendo demorar anos para originar um tumor visível, além de permanecerem confinados em um único órgão.
Causas do câncer
As mutações genéticas que causam o câncer podem ser adquiridas (externas) ou, em alguns casos, herdadas (internas).
Hábitos nocivos à saúde como o tabagismo, consumo excessivo de álcool, inatividade física, exposições naturais (luz ultravioleta, gás radônio, agentes infecciosos, etc.), poluição e até mesmo tratamentos médicos são fatores externos que podem ser considerados como agentes cancerígenos. O potencial para causar câncer é diferente para cada um desses fatores. Alguns podem aumentar o risco de desenvolver a doença após uma curta exposição, enquanto outros podem causar alteração no DNA das células após níveis prolongados e alta exposição. Essas causas externas representam entre 80% a 90% dos casos de câncer.
Em relação às causas internas, a composição genética da pessoa também pode influenciar no processo de desenvolvimento de um câncer, pois é possível herdar cópias de um gene anormal que pode ser transmitido de geração em geração. Porém, essas mutações genéticas herdadas são menos comuns, contabilizando apenas de 10% a 20% de todos os casos de câncer.
É importante considerar que casos parecidos de câncer em uma família não necessariamente se devem a genes defeituosos que foram herdados, mas podem ter relação com fatores ambientais, comportamentais ou a exposições similares dos integrantes da família a agentes cancerígenos que aumentaram o risco de câncer, como o tabagismo. Também é importante considerar que alguns fatores genéticos determinam se as pessoas serão mais suscetíveis ou não à ação de agentes cancerígenos externos.
O risco de mutações genéticas adquiridas aumenta ao longo da vida. Por isso, à medida que as pessoas envelhecem, os riscos de se desenvolver câncer são maiores. Já no caso de mutações genéticas herdadas, é comum que o câncer ocorra em idades mais jovens que o habitual.
Sobre o Outubro Rosa
Em 1990, a Fundação Susan G. Kome distribuiu um laço rosa aos participantes da primeira corrida pela cura do câncer de mama, em Nova York. A partir disso, vários estados norte-americanos começaram a promover ações isoladas relacionadas à prevenção desse tipo de câncer. Em 1997, o mês de outubro foi oficializado como o mês de prevenção do câncer de mama nos EUA e, desde então, ações de conscientização vêm se espalhando pelo mundo.
O Brasil começou a se envolver na campanha em 2002, quando o Obelisco do Ibirapuera foi iluminado por luzes cor de rosa, em São Paulo.
Números do câncer no Brasil
De acordo com a estimativa de câncer no Brasil produzida em 2017 pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer) e pelo Ministério da Saúde, o câncer de mama foi o tipo da doença que mais matou mulheres no país durante aquele ano.
Já em 2018 foi estimado que 76.070 novos casos de mulheres com câncer de mama ou de colo do útero surgiriam a cada ano do biênio 2018 e 2019.
Sobre o câncer de mama
O surgimento de células defeituosas na região das mamas leva à formação de tumores, tanto em mulheres como em homens (estes em casos mais raros). A maior parte desses tumores são benignos, não se espalham para outras partes do corpo e não são fatais.
Os cânceres de mama são classificados de acordo com seu local de origem, sua extensão e seu potencial de avanço, informações que podem ser detectadas a partir de biópsias.
Segundo o INCA, o câncer de mama possui uma letalidade relativamente baixa, mas sua taxa de mortalidade é alta, assim como a sua incidência. Por isso a sua prevenção é extremamente importante.
Sobre o câncer de colo do útero
O câncer de colo do útero, também conhecido como câncer cervical, é ocasionado por fatores internos e externos. Contudo, as principais causas de incidência são por infecções persistentes por papilomavírus humano, o HPV.
Segundo o INCA, o câncer de colo do útero já foi um dos tipos que mais matou mulheres no mundo. Graças ao aumento da conscientização e à realização periódica do exame citopatológico (Papanicolau), este câncer deixou de ser a segunda neoplasia mais incidente entre as mulheres, em 1975, caindo para o sétimo lugar em 2012.
Por outro lado, a incidência dessa doença está aumentando em regiões classificadas como de maior desenvolvimento, como na Europa Oriental. Segundo o World Cancer Report de 2014, este fato pode ter a ver com as recentes mudanças no comportamento sexual que elevam o risco de infecção pelo HPV.
Sobre a infecção pelo Papilomavírus Humavo (HPV)
O HPV é um grupo de mais de 150 vírus que pode infectar homens e mulheres, apresentando ou não sintomas. O aparecimento de verrugas (papilomas) são sintomas da infecção visíveis a olho nu que podem crescer no colo do útero ou em outras partes do corpo como as mãos, pés, ânus, língua, lábios, pênis e saco escrotal.
Os vírus podem ser transmitidos por contato direto com a pele ou mucosa infectada, por relações sexuais e também de mãe para filho durante o parto.
Esse tipo de infecção é comum e, quando não há sintomas, é possível que o sistema imunológico consiga eliminá-la sozinho. No entanto, é importante saber que algumas condições herdadas podem fazer com que o sistema imunológico de algumas mulheres seja menos capaz de combater a infecção pelo HPV. O câncer de colo do útero pode surgir em mulheres quando essas infecções pelos vírus do HPV não desaparecem e se tornam crônicas.
Clique aqui para saber mais sobre o HPV.
Se detectados em fases iniciais, os cânceres de mama e de colo do útero podem ter tratamentos menos agressivos e com maiores chances de sucesso. Por isso, a conscientização para este tema é de grande importância, indo além do mês de outubro para todas as épocas do ano!
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Fontes:
STEWART, B. W.; WILD, C. P. (Ed.). World Cancer Report: 2014. Lyon: IARC, 2014.
cancer.org
femama.org.br/2018/br/noticia/tipos-de-cancer-de-mama
inca.gov.br
juforin.jusbrasil.com.br/artigos/240711350/como-surgiu-o-outubro-rosa
portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/vacinahpv
saude.gov.br/saude-de-a-z/hpv