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Por que a ciência considera a Artemisia annua uma planta milagrosa?
01/04/2021

Por que a ciência considera a Artemisia annua uma planta milagrosa?
01/04/2021

Por Soraya El Khatib

 

Considerada uma planta milagrosa pela ciência, a Artemisia annua é originária da China e seu uso já venceu até o Prêmio Nobel da Medicina

 

A Artemisia annua

A Artemisia annua é uma planta de folhas verdes com um caule de cor acastanhada, ereto e com nervuras, que cresce naturalmente de 30 a 100 centímetros de altura. Pertencente à família Asteraceae, ela é aromática, perene e arbustiva.

Originária da China, a planta prospera em regiões nas quais as temperaturas médias são elevadas e o nível de precipitação é alto. Para cultivá-la em condições diferentes das ideais é necessário desenvolver projetos de adaptação. Nos últimos anos, o Brasil criou um pacote tecnológico que inclui pesquisas de adaptação climática, produção e atividades farmacológicas da planta.

Um componente da artemisia annua venceu o prêmio Nobel da Medicina

Artemisia annua possui componentes voláteis, os óleos essenciais, e não voláteis, sendo o mais relevante deles a artemisinina. O uso da Artemisia annua e de seus componentes é uma contribuição muito significativa da medicina tradicional chinesa para o mundo, destaque para o uso da artemisinina no tratamento da malária, potente e eficaz para o tratamento inclusive da malária cerebral e da malária falciparum, resistente a múltiplos fármacos. Considerada o principal componente ativo da planta, a artemisinina venceu o prêmio Nobel da Medicina em 2015.

Além da artemisinina, o complexo fitoquímico é composto por outras lactonas sesquiterpênicas, com inúmeras propriedades terapêuticas, como deoxiartemisinina e dihidroartemisinina. Apontando o potencial de aplicação e como antimalárico, antileishmaniose, cicatrizante, repelente, antiviral, antioxidante, antitumoral, antiulcerativa e larvicida.

 

Os usos farmacêutico e cosmético

Os extratos de origem vegetal têm sido cada vez mais empregados nas indústrias farmacêutica e cosmética, originando os tão desejados produtos naturais com atividades terapêuticas. Porém, na obtenção destes extratos, aplica-se grandes volumes de solventes tóxicos, de difícil remoção da matéria-prima, resultando na sua contaminação e consequentes manifestações alérgicas quando aplicados sobre a pele.

A tendência global da busca por tecnologias ecologicamente corretas ou sustentáveis tem impulsionado estudos e aplicações industriais de tecnologias envolvendo fluidos supercríticos. Este fato é decorrido das diversas vantagens em relação aos métodos convencionais de extração, especialmente por ser uma tecnologia limpa e seletiva, a qual leva à obtenção de extratos com composição química diferenciada. A padronização de extratos vegetais tem papel fundamental na obtenção de produtos com qualidade.

S Cosméticos do Bem patenteou processos, coprodutos/bioativos e produtos a partir da Artemisia annua

Iniciativas de comercialização de produtos que se baseiam nos benefícios da planta e seus resultados de pesquisas já podem ser observados. Um bom exemplo é a S Cosméticos do bem, startup investida pelo BiotechTown, que recentemente patenteou processos, coprodutos/bioativos e produtos a partir da Artemisia annua, obtidos por tecnologia supercrítica com diversas aplicações no mercado personal care e pharma.

Para saber mais sobre empresas que trabalham com soluções científicas, acesse o portfólio de startups do BiotechTown.

 

Sobre a autora

Soraya El Khatib é a Fundadora e CEO da S Cosméticos do Bem. Doutora em Farmácia pela Unicamp, é também Professora de graduação e pós-graduação desde 2001.

 



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